quinta-feira, 21 de julho de 2022

A Academia Brasileira de Letras, o endereço mais nobre da nossa literatura, comemorou ontem 125 anos. Foi fundada em 20 de julho de 1897, no Rio de Janeiro, pelo nosso escritor Machado de Assis, primeiro presidente da casa. Ele queria criar uma casa que pudesse tratar e cuidar das questões relativas à língua e à literatura do Brasil. A casa da literatura brasileira tem uma bandeira própria e um lema: ‘Ad Imortalitatem’, ou ‘rumo a imortalidade’, em português. Quando foi fundada em 1897, inspirada na Academia Francesa, a ABL ainda não tinha sede. Os escritores se reuniam cada hora num lugar. Desde o início, são 40 membros. A cada nova vaga aberta, os acadêmicos entram numa sala, depositam os votos na urna e depois da contagem os votos são queimados. Depois do nome anunciado, começam os preparativos para a cerimônia de posse, um grande evento. A honra é tanta que até grandes nomes da literatura, como Guimarães Rosa, ficaram nervosos antes e durante a posse. Em 1963, ele adiou a posse por três anos, porque pensava que iria morrer de tanta emoção. Quando finalmente decidiu participar da cerimônia, morreu três dias depois por causa de um infarto fulminante. Uma cerimônia de posse tem várias etapas. Uma delas acontece num local chamado de ‘Sala da Reflexão’. Logo antes de se tornar imortal, o novo membro da academia fica lá sozinho refletindo. Até que, na hora certa, três acadêmicos vão buscá-lo para ir ao salão nobre. No salão nobre, as cadeiras são numeradas. Cada uma tem o nome de um patrono. Uma homenagem a outros escritores. Outra tradição da ABL é o chá das quintas-feiras, um convite irrecusável. Ao menos 38 obras escritas por membros da ABL já viraram novelas, séries, minisséries e filmes. ‘O Auto da Compadecida’, de Ariano Suassuna; ‘Grande Sertão Veredas’, de Guimarães Rosa e ‘Tieta’, de Jorge Amado, são alguns exemplos.